É público e conhecido de todos o estado de degradação a que deixaram chegar os edifícios que constituíam o complexo da Fábrica de Condutores Eléctricos Diogo d’Avila. Dos que foram destruídos sem qualquer outro propósito que não o da especulação imobiliária e o edifício torreado que ainda hoje permanece, embora desfigurado, classificado como monumento municipal, enconcontram-se na Fundação os projectos de arquitectura dos mesmos. Em breve estarão disponíveis para consulta e estudo os diversos projectos de arquitectura que se encontram na posse da Fundação. Arquitectura industrial relevanteArqtº Edmundo Tavares 1952 – 1958 A opção por um terreno organizado num eixo longitudinal junto a uma importante via de saída de Lisboa corresponde a um período de ampliação e afirmação económica desta fábrica de cabos eléctricos. Incorporando uma moderna produção, de alguma forma pioneira para Portugal equivalendo à grande fase da industrialização indissociável da electricidade, esta unidade fabril não se impõe nem procura uma consonância com os novos valores estéticos de uma arquitectura modernista que de algum modo propagasse e anunciasse essa nova era mental e comportamental. O vasto recinto industrial integra corpos vários para distintas funções produtivas ou administrativas com recorrência, na sua maioria, a modelos clássicos de construção industrial. É no edifício de análises químicas que o arquitecto Edmundo Tavares assume algum arrojo linguístico quando projecta a funcional e paralelepipédica torre encimada por relógio. Construindo a imagética da Cabos Ávila esta torre, importante para a realização das experiências das suspensões dos cabos, integra um universo disseminado por muitas outras indústrias, como por exemplo a fábrica Oliva, difundindo e conotando o mundo industrial com o novo regulador dos tempos e modos sociais visíveis através desta impositiva e cenográfica torre relógio.O volume dos laboratórios aproveita o declive do local que recebe este oblongo corpo, de cobertura em terraço, marcado por fortes linhas horizontais conformadas pela modelação ritmada das janelas. A inserção de dois funcionais volumes verticais – vão de escada e torre de suspensão de cabos – marcados por uma grelha que subtilmente indicia a constante luminosidade, giza um diálogo formal equilibrado entre o peso deste maciço horizontal interceptado por estas linhas verticais, adivinhando os princípios de alguma modernidade plástica. Deolinda Folgado/Docomomo Ibérico Junho 2002 Monumento classificado pelo IPPAR, não protegido e vandalizado sem qualquer protecção por parte da Câmara Municipal da Amadora. |
Para colocar questões ou comentários contacte o webmaster da Fundação webmaster@fdavila.org